(...) Ao abrir o filme reparamos na parecença que há entre uma garrafa e um farol e, daí para a frente, notamos que, se não nos chamarem a atenção, reparamos em muito pouco. E que se calhar nunca demos a devida atenção ao vermelho da caixa do correio, do gelado, dos estandartes, das flores, e do interior de um guarda chuva, nem ao verde, ao cinzento, ao castanho das montanhas, das casas, dos kimonos, e de outras cores como o azul do mar e a cor da chuva. E como todas elas estão dentro e fora de nós.
E ficamos também a reparar da importância da forma do fumar, do abanar do leque, e de outras formas de fazer, que nos contam histórias, que as palavras não conseguem, mas nos fazem viajar no vento por cima do mar.
Desse mar, a que pertence o farol e donde virá o teatro.
Quando o teatro chega, tudo se transforma, a alegria transvasa, e quando ele parte, nada fica como dantes. O teatro é assim, agitador, há sempre qualquer coisa que sucede, que deixa as vidas diferentes. (...)
E ficamos também a reparar da importância da forma do fumar, do abanar do leque, e de outras formas de fazer, que nos contam histórias, que as palavras não conseguem, mas nos fazem viajar no vento por cima do mar.
Desse mar, a que pertence o farol e donde virá o teatro.
Quando o teatro chega, tudo se transforma, a alegria transvasa, e quando ele parte, nada fica como dantes. O teatro é assim, agitador, há sempre qualquer coisa que sucede, que deixa as vidas diferentes. (...)
Bibi Perestrelo
in catálogo "cinematografia – teatralidade 1"
Lisboa, Outubro de 2009
Lisboa, Outubro de 2009