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terça-feira, 3 de novembro de 2009

LE JEU DES VOYAGES 1-4 de Jean-André Fieschi - 07.11.2009


Aquilo chama-se Le Jeu des Voyages . Trata-se de facto de um jogo, em que se pode tirar a carta “Níger” e dar consigo numa piroga sobre esse rio em cheia, atapetado de algas de jade, a carta “Cuny” e seguir o actor até “Le Savon Noir”, a quinta de Civry-la-Forêt onde Anne de Craon e a sua filha Violaine viveram o tempo em que  L’ Annonce faite à Marie de Claudel adquire carne e imagem de cinema. Podemos…          
É um jogo, mas é primeiramente um filme de vinte horas e picos, que se apresenta até ver sob a forma de vinte e sete cassetes. É também um diário, “regra do jogo” como o que Michel Leiris manteve ao longo da vida, e é um romance/folhetim, ou melhor, com os seus reencaminhamentos de um tomo para outro, uma outra Comédie Humaine . A dos últimos anos do séc. XX, tal como se representou por e à volta de um homem: Jean-André Fieschi. Doze anos (de 1987 a 1999) de trabalho, de viagens, de farniente, de buracos negros, de amor e de amizades. (...)
Émile Breton
Cinéma 09 - ed. Leo Scheer
in catálogo "cinematografia – teatralidade 1"
Lisboa, Outubro de 2009

quinta-feira, 25 de setembro de 2003

OÚ GÎT VOTRE SOURIRE ENFOUI? (Onde jaz o teu sorriso?) de Pedro Costa - 02.10.2003


(...) Logo de início, naquela caverna, Pedro Costa tomou o seu lugar para filmar, nem de muito perto nem de muito longe, o casal que examina, incessantemente, as mesmas rushes, apurando nesse contacto as suas ideias sobre o cinema. E ele não se afastará dali porque este dispositivo permite-lhe captar do mesmo modo tanto os gestos do trabalho como a matéria (a imagem no monitor) que tem de ser trabalhada. Há que dizer uma palavra sobre este dispositivo: a câmara – e, portanto, o espectador – tem, no seu campo de visão, a mesa diante da qual trabalha Danièle Huillet. O monitor onde passa, bloco após bloco, Sicilia! está no centro do écran. À direita, há uma porta aberta que dá para um corredor dos laboratórios que bem podia ser o passadiço de um navio. São as duas únicas fontes de luz e, para o fim do filme, quando, com todas as luzes finalmente acesas, o monitor retoma a sua luminosidade branca e leitosa e a porta se abre simplesmente para um corredor pálido, ficamos surpreendidos com a banalidade do lugar.(...)
Émile Breton
L’Humanité, 15 de Janeiro de 2003.
in catálogo Temps d'Images 2003