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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A MATTER OF TIME de Vincente Minnelli - 11.11.2013 - 21h30


Le temps de ne pas mourir
Aucun cinéaste ne songe à faire un dernier film. Il s'agit dans le meilleur des cas du « prochain » (c'est pour ça qu'il faut l'aimer plus que les autres), dans le pire du « suivant ». Ou bien chaque film doit être considéré comme le dernier : Mikhaïl Romm enseignait à ses élèves du Vgik qu'ils devaient tourner chaque plan comme si c'était le dernier de leur vie. Romm, lui, avait appris cela d'Eisenstein, qui lui disait, en guise de conseil : « Pensez à ce que vous allez montrer à Eisenstein demain ! ». Si on ajoute à cela que les premiers sont souvent les derniers, et inversement, le dernier film, finalement, n'est le dernier que parce que celui qui l'a fait n'est plus là pour en faire d'autres. C'est une lapalissade, mais pas chez Minnelli. Chez Minnelli, les souvenirs marchent comme des pendules ; il suffit de ne jamais oublier de les remonter.
« Les gens ne meurent que si on souhaite les voir disparaître », dit la comtesse Sanziani (Ingrid Bergman) à sa nouvelle femme de chambre, Nina (Liza Minnelli), qui ne sait pas encore qu'elle lui fait le plus beau cadeau de sa vie. De cette femme qui a su arrêter le temps, qui a mis le cinéma à sa portée (A matter of time, c'est le titre de ce dernier film de Minnelli), Nina héritera également d'un grand miroir un peu ridicule dans lequel elle se regardera, une fois devenue la grande vedette qui met les hommes à ses pieds, avec le plus grand sérieux. « Miroir, mon laid miroir », semble-t-elle dire alors, parce qu'elle connaît le secret de la comtesse. Si personne ne meurt, ça ne veut pas dire que le temps n'existe pas, mais qu'il grandit et s'étend dans l'espace de chacun, que les souvenirs s'accumulent et qu'ils demeurent comme des signes vivants de l'existence (…)
Pierre Léon
Trafic n°53, printemps 2005
tradução em curso

11 de Novembro


terça-feira, 4 de dezembro de 2007

TEA AND SIMPATHY de Vincente Minnelli - 14.12.2007


Os grandes melodramas realizados por Minnelli no fim dos anos 50 são uma maneira ideal de estudar o poder da coreografia que age no coração do cinema, independentemente da presença da dança como prática social ou artística.(...)
Nos grandes melodramas, a dança só desaparece para vir obcecar o movimento, ao longo de todo o filme. O mundo na sua totalidade é afectado, deformado pelo encanto invisível da dança, toda a encenação é manipulada por um poder coreográfico. (...)
É, em Tea and Sympathy (Chá e Simpatia), para começar, uma coreografia das cores, cuja circulação Minnelli orquestra, numa narrativa paralela à relação entre Tom e Laura: o azul passa da camisa, que o rapaz traz vestida no primeiro plano, para as flores que oferece, mais tarde, à mulher do professor, o amarelo rodeia-o e acompanha-o como cor de Laura, o verde ritma em pinceladas a sua relação cúmplice e amorosa até invadir o campo na floresta. Haveria que estudar a coreografia dos enquadramentos(...) para poder admirar a geometrização das linhas e da colocação dos corpos. O poder coreográfico manifesta-se, igualmente, nos inúmeros planos que parecem ter sido recuperados de uma comédia musical e cuja estilização se teria detido na fronteira da dança. Aquando da pyjama party, à luz de uma fogueira, os rapazes rodeiam Tom, para o humilhar, preservando-o do ritual da iniciação viril: esta espectacular cenografia circular parece preparar um número cantado, mas Minnelli detém a estilização antes da passagem dos gritos para o canto, da briga para a dança. Vestígios de uma cenografia de music-hall afloram, também, nos planos recorrentes em que a turba desportista atravessa o espaço, sobe ou desce as escadas a correr, como um rebanho assustado. A dança exerce os seus poderes mas não se torna realidade. (...)
Cyril Neyrat
in catálogo "cinematografia – coreografia"  
Lisboa Novembro de 2007