domingo, 28 de agosto de 2011

EISENSCHITZ / CHAPLIN - CHAPLIN REALIZADOR - Histórias do Cinema na Cinemateca Portuguesa- 09.2011

Para abrir a rubrica [Histórias do Cinema], Bernard Eisenschitz apresentará cinco programas dedicados a Chaplin. Um dos maiores historiadores actuais fala-nos de um dos maiores realizadores de cinema de sempre, abordando-o exactamente por esse ângulo, ou seja, como realizador. Se a grandeza de Chaplin é uma evidência, é provável que essa dimensão o seja afinal muito menos do que se espera ou do que muitas vezes se faz crer. O homem que corporiza o burlesco cinematográfico, o actor genial, o ícone cinematográfico supremo ou aquele que fez da sua relação com a América um caso político, não é sempre ou necessariamente reconhecido nessa primeira dimensão. O tema central deste programa é a “mise en scène” chapliana.

Bernard Eisenschitz marcou a história do cinema feita nos últimos quarenta anos, sendo um dos raros que fez mesmo ponte entre a historiografia clássica e a renovação deste campo após a década de oitenta. Estabeleceu a edição definitiva da Histoire Générale du Cinéma de Sadoul, antes de se tornar ele mesmo um dos grandes historiadores do cinema mundial. É um especialista (da história do cinema soviético, do cinema alemão, de Fritz Lang ou, por exemplo, também de Nicholas Ray) e é um dos raros generalistas contemporâneos, capaz de abordar com familiaridade e densidade o cinema dos primórdios e autores mais recentes, ficção e documentário, cinema europeu, asiático ou americano. Foi sempre um homem da escrita, com publicações monográficas sobre, entre outros, Bogart, Lubitsch, Cinema Alemão, Cinema Soviético, Nicholas Ray, Chris Marker…, e com fortíssima presença no mundo das revistas de cinema  Positif em 1964-67, Cahiers du Cinéma em 1967-71, La Nouvelle Critique em 1970-76, L'Humanité em 1972-79, Cinémathèque, Cinématographe, Révolution, Screen, L'Avant-Scène Cinéma, Trafic…, criando em 2001 a sua própria revista Cinéma). É programador, tradutor, legendador, e tem sido pontualmente distribuidor, realizador e actor. Esteve no Conselho de administração da Cinemateca Francesa (entre 1982 e 1990) e foi responsável pelos quatro volumes de Restaurations et Tirages dessa cinemateca nessa mesma década. Trabalhou directamente na área do restauro (por exemplo, no caso de L’Atalante, de Vigo) e realizou curtas metragens em torno de Vigo, Lang ou, precisamente, Chaplin (Chaplin Hoje: Monsieur Verdoux, de 2003).
Eisenschitz regressa à Cinemateca nesta nova rubrica, depois de várias outras presenças, das quais a última ocorreu no ano passado no contexto da nossa associação ao festival Temps d’Images.