James Agee chamou às ruas de Nova Iorque um "teatro e campo de batalha". Crónica dos desapossados da grande cidade, Pestilent City é o chamamento à guerra, uma deambulação cinematográfica cinzenta e granulosa pelas ruas de Nova Iorque – um percurso Norte-Sul, de Times Square até ao Harlem. (...) Pestilent City explora o tema da deriva cinematográfica sob um fundo documental numa procura / denúncia da corrosão do tecido social norte-americano em meados da década de 60.
(...) Não sendo um filme coreográfico em essência, é, no entanto, um filme composto de movimentos, velocidades e repetições. O movimento dos passeantes dos que vivem na cidade é transformado pela câmara lenta, pelos ritmos variáveis da imagem – os gestos tornam-se mais pesados, os corpos movem-se com lentidão, a custo. Tornam-se cada vez mais bruscos, mais violentos, o filme adensa-se mais uma vez nesse vagar sem propósito, sem tempo aparente, numa negatividade sem fim.
(...) Não sendo um filme coreográfico em essência, é, no entanto, um filme composto de movimentos, velocidades e repetições. O movimento dos passeantes dos que vivem na cidade é transformado pela câmara lenta, pelos ritmos variáveis da imagem – os gestos tornam-se mais pesados, os corpos movem-se com lentidão, a custo. Tornam-se cada vez mais bruscos, mais violentos, o filme adensa-se mais uma vez nesse vagar sem propósito, sem tempo aparente, numa negatividade sem fim.
Ricardo Matos Cabo
in catálogo "cinematografia – coreografia"
in catálogo "cinematografia – coreografia"
Lisboa, Novembro de 2007