(...) Os espaços parecem tão vazios no seu interior como no exterior que os rodeia. The Day of the Outlaw é, à partida, um filme sobre o fim das coisas. O destino das personagens parece estar traçado e muito do trabalho do filme, pelo menos no seu início, apresenta-nos isso mesmo. Arrumar o espaço para mostrar os seus limites, introduzindo, sem perder tempo, a ameaça que não tarda a surgir com a invasão do grupo de foragidos liderados pelo capitão Bruhn, um homem ferido mortalmente, com as horas contadas, transportando consigo a memória e a culpa de um massacre, fugindo com os seus mercenários às consequências da justiça dos soldados do Norte.
O filme de De Toth é construído a partir de um princípio simples e poderoso: o de que não existe tal coisa como um exterior no cinema, na imagem cinematográfica, de que tudo é interior, contido no limite da imagem. (...)
O filme de De Toth é construído a partir de um princípio simples e poderoso: o de que não existe tal coisa como um exterior no cinema, na imagem cinematográfica, de que tudo é interior, contido no limite da imagem. (...)
Ricardo Matos Cabo
in catálogo "cinematografia – teatralidade 1"
Lisboa, Outubro de 2009
Lisboa, Outubro de 2009