(...) A “greve de palavras” acaba por funcionar como imposição para a compra da televisão e começara com um pretexto bastante pertinente: a banalidade de certas fórmulas de saudação, cuja verdadeira função elas ainda não apercebem (nem o espectador, que só a elas chega na belíssima cena final em que o par formado pelo professor e a irmã mais velha dos miúdos, conversa na estação enquanto esperam o comboio, frases feitas de lugares comuns que são a forma de estabelecer um laço afectivo e, por isso, carregados de sentido). (...)
Manuel Cintra Ferreira
Folhas da Cinemateca
in catálogo Temps d'Images 2003