domingo, 13 de novembro de 2011

TRADE TATOO de Len Lye - 16.11.2011 -19h30


 Poucos meses depois de completar Rainbow Dance, Lye recebeu outra encomenda de Grierson – Trade Tattoo – que lhe permitiu desenvolver ainda mais as suas ideias sobre a separação cromática e de forma ainda mais extrema. O guião breve e mundano de Trade Tattoo era o seguinte: “O ritmo de um dia de trabalho no Reino Unido. / As fornalhas são acesas. / Cargas montadas / Encontram-se os mercados / Pelo poder da correspondência / O ritmo do negócio é mantido pelos correios / Mantem o ritmo ao enviar cartas cedo / Tem de enviar as cartas cedo para manter o ritmo / Antes das 2 da tarde.” Desta vez Lye optou por trabalhar com out-takes – com material que sobrou de documentários da GPO. Seleccionou filmes em que se via o correio a ser escolhido, imagens de homens a soldar, carga a ser montada, uma siderurgia e outras formas de trabalho. Estas imagens documentais a preto-e-branco foram transformadas de modos tão fantásticos, como se tivessem sido tomadas de assalto por uma equipa energética de Cubistas e Futuristas. Não havia nenhum desrespeito envolvido – de facto, Lye tratava a mensagem dos Correios com mais seriedade do que era habitual porque estava intrigado com a ideia de que a Inglaterra trabalhadora do dia-a-dia tinha um ritmo subjacente. Existia uma figura do movimento para uma sociedade inteira? Como resposta possível a esta questão Trade Tattoo pode relacionar-se com filmes como Berlin: Sinfonia de uma Cidade de Walther Ruttmann (filme que Lye admirava). 

 Roger Horrocks
in Len Lye: a biography